domingo, 16 de dezembro de 2007

como seria melhor se não houvesse refrão nenhum...

Quando foi que me perdi?
Quando perdi o controle de minha vida?
Dos meus atos?
E por que eu perdi isso?
Ora me orgulho por ser quem eu sou
Ora sinto falta do meu eu do passado.
Eu não reclamava tanto
Eu não pensava tanto
Eu não amava tanto
Eu não mentia tanto
Eu não bebia tanto
Na verdade, eu nem bebia.
Eu dava mais valor às coisas
Eu não questionava tanto
Eu não tinha tanto medo
Eu só queria minha mãe.

Eu não fazia idéia da dimensão do mundo
E do quão difícil a vida pode ser.
Eu confiava nas pessoas
E até gostava fácil e de muitas
Todo mundo era especial
E bem, isso não mudou.

Mas eu só queria saber quando é que foi que a linha reta se desviou
Que eu bati no muro
Quando foi que eu comecei a cavar o meu abismo
Quando eu me perdi em mim
Quando comecei a afundar

Como comecei a querer entender o que eu nunca pensei que pudesse questionar
Quando eu fiquei tão ranzinza.
Quando eu fiquei tão idiota.
Quando eu fiquei tão fútil.
Quando eu fiquei tão superficial.
Quando eu fiquei tão gorda.
Quando eu fiquei tão triste.
Quando eu fiquei tão preguiçosa...
Eu procurei?
Não?

Bem, só sei que toda essa mudança está me assustando.
Eu já não durmo tão bem
Tenho insônias irritantes
E sonos pesados irritantes do mesmo tanto
Eu me afastei de pessoas importantes
E, infelizmente, não posso mais reaver isso.
Conheci pessoas fascinantes
E vejam só: estraguei tudo também.
Mas sabe lá Deus por que nem tudo está perdido.

Minha vida tá uma bosta
Eu tô uma bosta
Antes era melhor, mas o passado não volta.
As únicas coisas que voltam são as lembranças
E o arrependimento por não ter feito coisas, não ter falado coisas.
Ou de ter feito e falado certas coisas...

Não sei o desfecho disso, mas uma coisa é certa:
A felicidade vicia.
É caminho sem volta.

Até o primeiro dia de 2008, blog.

Au revoir.


[queria citar caio, mas é tão díficil dizer algo dele, são tantas coisas!]

mas vai ser isso:
"Que seja doce."

Radiohead - Bones

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

o ministério da saúde adverte

fumar causa impotência sexual, câncer de boca, câncer de pulmão, necrose, aborto espontâneo, perda dos dentes, faz mal pra criancinhas...
E por que é que eu não paro?
motivo os fumantes têm de sobra, só falta vontade.
pode parecer (e parece) um pouco idiota falar algo do tipo, mas... eu gosto de fumar!
eu sei que faz mal, eu sei que vai me matar e, do jeito que as coisas andam, acho que não vai demorar muito pra acontecer, mas eu gosto.

Meu professor de Ciências na última aula, pôs ao lado da nota de minha prova:
"muito bom, só precisa parar de fumar."

Venho pensando muito nisso, e bem, espero um dia parar, antes que ele me pare.

Música do dia (e do ano!):

Jigsaws falling into place
There is nothing to explain
Regard each other as you pass
She looks back, you look back
Not just once
Not just twice
Wish away the nightmare
Wish away the nightmare
You've got a light you can feel it on your back
You've got a light you can feel it on your back
Jigsaws falling into place


Radiohead, os donos da minha música. :)

sábado, 8 de dezembro de 2007

- dicas de playstation!

Tava andando pelo centro de minha tediosa e fétida cidade, quando me deparo com um menino falando pro outro:
- caaara, fiz um blog!
- pô, passa o endereço
- [algo que eu infelizmente não consegui entender]
- ae, vou linkar o seu no meu
- beleza
- mas você vai postar o quê?
- dicas de playstation!
- maaaassa, brother!

Fiquei tão horrorizada com o papo, que decidi fazer deste meu espaço-preto, o que diz na cartilha:
um diário.
Chega de textinhos medíocres, de gente medíocre... Vou escrever sobre cada coisa do meu dia, of course, se valer a pena.
Mas como nunca tive um diário (me chamam de sem infância, agora, sem adolescência também?), vou escrever o que me der na telha.
Coisas do tipo: "Eu odeio minha mãe".

O porquê desta seríssima decisão eu não sei, mas acho que quero deixar registrado meus dias, porque o futuro já começou (hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa e é de quem quiser....).

Música-trilha de hoje:

Ana Carolina - Implicante

Hoje eu levantei com sono
Com vontade de brigar, eu tô manêro pra bater, pra revidar provocação
Olhei no espelho, meu cabelo e tudo fora do lugar
Vê se não me enche, não me encosta
Tô bravo que nem leão
E não pise no meu calo que eu te entorno feito água e te jogo pelo ralo...
Hoje você deu azar
Hoje você deu azar.

De que vale o seu cabelo liso e as idéias enroladas dentro da sua cabeça?
De que vale seu cabelo liso e as idéias enroladas dentro da sua cabeça?

-x-

É isso, hoje eu tô meio implicante.


Cartola - o mundo é um moinho

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

o circo

Vai, vai, vai começar a brincadeira
Tem charanga tocando a noite inteira
Vem, vem, vem ver um circo de verdade
Tem, tem, tem picadeiro e qualidade

Corre, corre, minha gente, que é preciso ser esperto
Quem quiser que vá na frente, vê melhor quem vê de perto
Mas no meio da folia, noite alta, céu aberto
Sopra o vento, que protesta
Cai no teto, rompe a lona
Pra que a lua, de carona, também possa ver a festa

Vai, vai, vai começar a brincadeira
Tem charanga tocando a noite inteira
Vem, vem, vem ver um circo de verdade
Tem, tem, tem picadeiro e qualidade

Bem me lembro, trapezista, que mortal era seu salto
Balançando lá no alto, parecia de brinquedo
Mas fazia tanto medo que Zezinho do trombone,
De renome consagrado, esquecia o próprio nome
E abraçava o microfone pra tocar o seu dobrado

Vai, vai, vai começar a brincadeira
Tem charanga tocando a noite inteira
Vem, vem, vem ver um circo de verdade
Tem, tem, tem picadeiro e qualidade

Faço versos pra o palhaço que na vida já foi tudo
Foi soldado, seresteiro, carpinteiro, vagabundo
Sem juíz e sem juizo, fez feliz a todo mundo
Mas no fundo não sabia que em seu rosto coloria
Todo o encanto do sorriso que seu povo não sorria

Vai, vai, vai começar a brincadeira
Tem charanga tocando a noite inteira
Vem, vem, vem ver um circo de verdade
Tem, tem, tem picadeiro e qualidade

De chicote e cara feia, domador fica mais forte
Meia volta, volta e meia, meia vida, meia morte
Terminado seu batente, de repente a fera some
Domador, que era valente, ante as feras se consome
Seu amor indiferente, sua vida e sua fome

Vai, vai, vai começar a brincadeira
Tem charanga tocando a noite inteira
Vem, vem, vem ver um circo de verdade
Tem, tem, tem picadeiro e qualidade

Fala o fole da sanfona, fala a flauta pequenina
Que o melhor vai vir agora que desponta a bailarina
Que o seu corpo é de senhora, seu rosto é de menina
Quem chorava já não chora, quem cantava, desafina
Porque a dança só termina quando a noite for embora

Vai, vai, vai terminar a brincadeira
Que a charanga tocou a noite inteira
Morre o circo e nasce na lembrança
Foi-se embora eu ainda era criança.



Lembra minha infância, sabe?