segunda-feira, 29 de junho de 2009

heaven from hell?

blue skies from pain
can you tell a green field
from a cold steel rail?
a smile from a veil?
do you think you can tell?

os dias de vontade de dizer 'tô extremamente triste, acredita?' voltaram. e com eles, a falta de alguém pra ouvir.

good night, headache.

ps: the same old fears...
Mother, do you think they'll drop the bomb?
Mother, do you think they'll like this song?
Mother, do you think they'll try to break my balls?

Mother, should I build the wall?

Mother, should I run for president?
Mother, should I trust the government?
Mother, will they put me in the firing line?

Is it just a waste of time?


Hush now baby, baby, don't you cry
Momma's gonna make all of your nightmares come true
Momma's gonna put all of her fears into you
Momma's gonna keep you right here under her wing

She won't let you fly, but she might let you sing
Momma's will keep baby cozy and warm

Oh, baby
Of course Momma's gonna help build the wall

Mother, do you think she's good enough
For me?
Mother, do you think she's dangerous
To me?
Mother will she tear your little boy apart?
Mother, will she break my heart?

Hush now baby, baby, don't you cry
Momma's gonna check out all your girlfriends for you
Momma won't let anyone dirty get through
Momma's gonna wait up until you get in
Momma will always find out where you've been
Momma's gonna keep baby healthy and clean

Oh, baby

You'll always be baby to me

Mother, did it need to be so high?

terça-feira, 16 de junho de 2009

memórias das memórias.

"O sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança."

"Também a moral é uma questão de tempo, dizia com um sorriso maligno, você vai ver."

"O bolero é a vida."

"Eu sou quem você não procura."

"Olhou-me nos olhos, mediu minha reação ao que acabava de me contar, e disse: Então, vá correndo procurar essa pobre criatura mesmo que seja verdadeiro o que dizem os seus ciúmes, não importa, o que você viveu ninguém rouba. Mas, isso sim, sem romanticismos de avô. Acorde a menina, fode ela até pelas orelhas com essa pica de burro com que o diabo premiou você pela sua covardia e mesquinhez. De verdade, terminou ela com a alma: não vá morrer sem experimentar a maravilha de trepar com amor."

no mais, o bolero é a vida e o que eu vivi ninguém rouba.

uma história não muito boa.

Meu nome é Iracema, tenho 43 anos e nunca fui casada.
Tenho um filho do único namorado de que tive na vida, que chamava Alberto.
Minha mãe morreu quando eu tinha 14 anos. Morreu de tuberculose.
Sou filha única, meu pai vive num asilo em Petrópolis e nem sequer sabe o meu nome.
Quando o visito, uma vez por mês, ele me trata como uma amiga advinhona que sabe que a fruta favorita dele é laranja. E que bem, leva sempre muitas laranjas pra ele.
Não tenho amigos, nunca tive até vir pra cá. Exceto aos 13 anos, que foi quando meu pai me deu uma gata chamada Iracema.
Ela era linda. Branca dos olhos amarelados.
Mas ela morreu.
Ela contraiu uma doença que os machucados que ela tinha na pele se multiplicavam pelo corpo todo... Câncer de gato.
Ela dormia comigo, tomava café comigo, estudava comigo... Só que quando os machucados ficavam muito feios, minha mãe não a deixava dormir comigo.
Quando meu pai disse que a levaria pra ficar bem de novo, eu fiquei feliz. Mesmo que ela nunca tenha voltado.
Meu pai disse que ela morreu de felicidade, porque se curou dos machucados. E desde então eu sempre digo que quero morrer de felicidade, deve ser bom.
A idéia de meu pai era pôr o meu nome na gata pra ver se assim eu passava a gostar dele, do meu nome, porque meu pai eu adorava.
Funcionou por um tempo.
Não gosto dos Beatles e nem dos Rolling Stones... Eu gosto mesmo é do Creedence.
De cinema eu gosto. Gosto daquele cara lá... Pasolini.
Meu pai fazia sessões de cinema quando eu era mais nova.
Todos os sábados, pontualmente às três da tarde, ele me chamava pra assistir filmes.
Nunca filmes infantis.
Eu estranhei nas primeiras vezes, mas depois adorava, mesmo não entendendo o filme.
Não entendia sequer o título. Eram todos em outras línguas.
Eu só gostava de Accattone porque parecia Panetone.
Eu gosto de fotografia em preto e branco e de dias de sol.
Às sextas feiras, eles me trazem aquela revista, Superinteressante pra ler. Eu adoro.
Na sexta passada, me trouxeram uma que na capa dizia: O google sabe tudo sobre nós.
Mas eu não sei o que é google.
Quando minha mãe morreu, eles me trouxeram pra cá. Mas eu já tinha 18 anos.
Essa parte eu não posso contar porque eu não lembro.
Aos 19, eu fui morar com o meu pai numa casa no Rio de janeiro.
A gente morava pertinho da praia e meu pai sempre me levava pra ver o céu de manhã.
Foi aí que eu comecei a amar o sol.
O sol me remete a felicidade, e eu gosto da felicidade.
Eu gosto de arroz com tomate e coca-cola.
Meu filho chama Doug por causa do Doug Clifford, do Creedence.
Ele tem 20 anos e na última carta que me mandou – com foto e tudo – ele me conta que acabou de entrar pra Universidade.
Engenharia geotécnica é o que ele faz. Nome bonito, ele diz que mexe com o solo.
Quando eu tinha 22 anos e ainda morava com o meu pai, eu conheci o Alberto.
Moço bonito, mas não tinha barba.
Ele era filho de um grande amigo do meu pai chamado Jorge.
Começamos a namorar duas semanas depois que nos conhecemos... Eu relutei, moço pra me namorar tinha que ter barba, assim como os Creedence.
Mas ele deixou a barba crescer por mim, depois disso eu comecei a gostar dele.
Eu engravidei sete meses depois e aí ele foi embora pros Estados Unidos da América pra ganhar dinheiro suficiente pra sustentar nosso Doug.
Meu pai ia todo dia 15 buscar o dinheiro que Alberto mandava dos Estados Unidos da América.
Ele costumava demorar porque tinha muita fila pra trocar a dólar por dinheiro brasileiro.
Quando Doug fez três anos dizem que eu enlouqueci.
E eu sempre achei isso muito engraçado... Porque os loucos são aqueles que usam camisa de força, não é?
Eu nunca usei.
Me trouxeram pra cá e aí pegaram meu Doug. A dona Elizete. Mãe do Alberto e mulher de Jorge.
E desde então é aqui que eu vivo.
É um lugar muito legal.
Todo dia de manhã eu vou tomar vento no jardim e eles me dão papel e caneta porque eu gosto muito de escrever.
De tarde eu almoço e assisto filmes.
Ontem eu assisti Silent movie. Filme de infância quase.
De noite eu tomo banho e janto e às 7 vou dormir.
No último domingo de cada mês é quando eu vejo meu pai.
Aí eu compro laranjas e levo pra ele.
Eu gostaria muito de levar meus cadernos pro meu quarto, mas eles não deixam.
Todos os dias quando beira o meio dia, a dona Roberta pega meu caderno e leva pro Seu Luis. A gente o chama de O poderoso chefão.
E às vezes eles me levam pra um lugar onde tem muitas pessoas.
Eu sempre pergunto por que e a dona Roberta me diz que é porque eu estou melhorando.
Eu não sei em que eu melhoro. Acho que é na escrita.
Lá eu conheço um monte de gente, mas ninguém é meu amigo.
Tem uma moça chamada Dorothy.
Ela morava em um lugar chamado Oz antes de vir pra cá.
Eu acho esse nome muito engraçado... Oz.
Eu converso com ela às vezes e ela me disse que na próxima vez em que eu for lá, ela vai me dar o endereço de um moço que faz a gente feliz.
No meu aniversário, eles me dão bolo e um suéter.
Eu tenho 18 suéteres. Um de cada cor.
O meu favorito é o verde.

Lá vem a dona Roberta. Já são meio dia e eu preciso entregar o meu caderno pro Seu Luis ver.
Eu acho que vou pro lugar com muitas pessoas hoje...
Se tudo der certo, eu vou encontrar o moço que faz a gente feliz essa semana.
O céu está lindo e quando consigo olhar pro sol, eu sempre pergunto: Have you ever seen the rain?
Mas ele nunca responde.

sábado, 6 de junho de 2009

por me deixar respirar, por me deixar existir. deus lhe pague.

E cá estamos nós. Você me evitou por um dia inteiro, me evitou quatro vezes. Fechou os olhos, chorou, pediu pra parar, usou dos teus dotes inúteis mas você sabe que nada vai me parar. Por que eu sou você. E sou você efetivamente e não um tipo de eu lírico, porque o teu eu lírico te passou a perna e foi embora também, como todo mundo vai.
Não tenta de nenhum jeito me evitar de novo, olha bem como você fica?
Sabe, cara, eu nunca gostei de você. Nunca mesmo, porque te acho frágil.
Eu não gosto de coisas frágeis.
Mas existem algumas coisas que eu admiro em você. Uma delas é a tua inocência.
Sabe que inocência é algo que quase ninguém tem mais?
E você tem, tem muita.
É admirável alguém ter tamanha coragem de ser inocente nesses dias desleais que a gente tem que viver.
Mas enfim, eu vim dizer uma coisa: a culpa não é de ninguém, sabe?
Não é dela, não é da sua mãe, nem dos amigos que você não tem, de ninguém.
A culpa é toda sua.
Quem faz essa bagunça na tua cabeça e no resto que resta do teu coração é você mesma.
E eu vou te dizer uma coisa: tudo que você imagina aí na tua cabecinha de merda, é a mais pura verdade.
Não tem espaço pra você e nem nunca vai ter.
As outras são melhores que você sim, e sempre serão.
Você é um fato isolado, lembra o que te diziam no colégio?
É, sua mãe não te pariu, ela te cagou.
Ou até aquela bem antiga: Deram a placenta pra sua mãe amamentar.
E você sabe desde o começo que existem duas opções: aceitar ou se matar.
Como você não tem coragem de se matar porque tem medinho do que virá depois, aceita logo, sabe?
Vai doer menos, eu juro que vai.
Então é isso: aceita, sabe? E consequentemente, desiste.
Desiste dos teus amores, porque como diz o nosso amado Morrissey, só pedra e ferro aceitam essa bosta aí que tu chama de amor.
Ninguém quer pureza, dude. O povo quer realidade, o povo quer coisas palpáveis.
Ninguém quer amor dependente, sabe? Ninguém quer te ter do lado, ninguém quer te ter por baixo e nem por cima.
Sua vida não passa de uma música dos Smiths.
Last night i dreamt that somebody loved me, never had no one ever, that joke isn’t funny anymore, well I wonder, I know it’s over, hand in glove, a lista é grande.
Então desiste.
Seus objetivinhos? Desiste também.
Não vai dar nada certo.
Don’t get any big ideas, they’re not gonna happen, lembra?
Eu sei que você não esquece, anda fazendo a lição direitinho.
Então fica de boa aí na tua, cai fora de todas as coisas que você chama de tentativa, porque NÃO vai dar certo, tá ouvindo?
Isso, chora. Chora bastante. Porque isso você tem direito, o resto não.
O resto é pra quem sabe viver, you know? E isso você não sabe fazer.
Você acha que só por que se dá pras pessoas, porque não é e nem nunca foi egoísta, as pessoas vão te saudar?
Vão todos te pisar, sua babaca.
É assim que funciona: Viram uma cabeça abaixada pra pisar? Eles pisam. Não interessa se você tá de cabeça baixa pra olhar alguma coisa no chão, eles pisam.
E você é diferente deles, né?
Você não pisa. Você não faz nada de bom. Nem de ruim.
É esse o teu problema.
Você não tem atitude.
Não adianta tentar mudar nem nada disso, porque você sabe que é em vão.
Qual o quê? Desde quando você tem fé assim? Desde quando você acha que pode ser diferente?
Não vai ser diferente nunca, Iria.
Teu futuro a gente não precisa de borra de café ou de cartomante pra ver.
É só olhar pra tua cara.
Pros teus olhos pidões.
Você acha que pedir adianta?
Se adiantasse, minha filha, não existiria mendigo no mundo.
Então te orienta que a vida não vai parar pra você chorar.
O fluxo natural vai continuar seguindo, te porrando na cabeça, rindo da tua cara enquanto você fica aí, dando uma de coitadinha, pedindo abraço.
Desde quando abraço se pede?
Se alguém quisesse te abraçar, te abraçariam de graça, você não precisaria pedir.
Eles abraçam, claro.
Até eu abraçaria, dá pena.
E o fim disso aqui não vai ser um ‘eu gosto de você, na verdade’ porque não, eu não gosto.
Eu não sou diferente dos que te cercam.
Só sirvo pra te jogar umas coisas na cara, quando você merece.
Então continua na tua vida aí, com teus planinhos, arranja um emprego, paga teus vícios e quando você tiver na merda e não tiver mais ninguém (normal), alguém do INCA segura tua mão na hora da tua morte.

Ps: posta no teu blog sim, daí você nunca mais esquece que você é o que você faz: uma mentira.

the story is old, i know, but it goes on

I could live a little better with the myths and the lies
When the darkness broke in, I just broke down and cried.