domingo, 6 de maio de 2012

rascunho

eu queria a sorte de um amor tranquilo e trataram de me dar um amor quase epilético, mas tudo bem, não importa agora.
eu tinha a vontade encontrar alguém perfeito assim, sabe, mas não encontrei. encontrei alguém estranho, torto e cheio das imperfeições.
eu queria alguém que ligasse o rádio em the lady in red ou wonderful tonight e me tirasse pra dançar, mas o meu alguém não, ele me chama pra dançar coisa moderna.
eu queria alguém pra trepar ouvindo barry white ou morphine e o que eu ganho? ele só gosta de placebo.
também eu queria alguém fiel e que não me machucasse nunca, e ganhei do destino um cafajeste típico dos anos 40, só falta o bigode o lencinho.
eu queria alguém que olhasse a vida com olhos de criança e que sentisse a sensações como uma good trip de lsd e eu ganho alguém que acha que lsd é o material daquelas tv's.
eu queria alguém que respeitasse a história do nosso amor mesmo quando a raiva e outros desejos são mais importantes e eu ganhei alguém que divide músicas entre os amores como quem divide um pão.
eu queria alguém que não tivesse passado ou tivesse um passado impecável do qual eu não sentisse ciúmes ou inveja e ganhei alguém com o passado mais extenso que a muralha da china, cheio de putarias e coisas bacanas das quais eu nunca tive.
eu queria, sobretudo, alguém parado que numa sexta-feira não quisesse ir pra bar ou qualquer coisa e sim jogar video game e comer besteira até de madrugada e ganhei um geração y.
eu queria alguém que me protegesse de todo mal que nesse mundo habita, de baratas à corações partidos e ganhei um exímio hearbreaker,
em contra ponto, é um gladiador das baratas.

mas se eu pudesse mudar algum ponto da minha história, não mudaria.
porque o que foi vivido tá longe de ser perfeito, mas foram os meus melhores dias.
poucos dos meus desejos foram realizados, mas acabei realizando até o que eu não sabia que desejava.
essa foi a coisa mais sincera que já escrevi sobre nós.
ela não é a que eu sonhei, é o meu pedacinho solto por aí que um dia apareceu.
e se eu pudesse querer mais que isso, é óbvio que eu quereria.
mas o que há de se fazer?
ela é minha cruz.
cruz essa que carrego com um misto de amor e ódio.

por fim, ela é minha lady in red. mesmo ela odiando essa música.


sábado, 4 de fevereiro de 2012

no distance left to run, to the end

it's over, don't need to tell me.

guess that we made it to the end.

acabou, boa sorte.
agora é ter forças pra me segurar sozinha nessa estrada.