Quando perdi o controle de minha vida?
Dos meus atos?
E por que eu perdi isso?
Ora me orgulho por ser quem eu sou
Ora sinto falta do meu eu do passado.
Eu não reclamava tanto
Eu não pensava tanto
Eu não amava tanto
Eu não mentia tanto
Eu não bebia tanto
Na verdade, eu nem bebia.
Eu dava mais valor às coisas
Eu não questionava tanto
Eu não tinha tanto medo
Eu só queria minha mãe.
Eu não fazia idéia da dimensão do mundo
E do quão difícil a vida pode ser.
Eu confiava nas pessoas
E até gostava fácil e de muitas
Todo mundo era especial
E bem, isso não mudou.
Mas eu só queria saber quando é que foi que a linha reta se desviou
Que eu bati no muro
Quando foi que eu comecei a cavar o meu abismo
Quando eu me perdi em mim
Quando comecei a afundar
Como comecei a querer entender o que eu nunca pensei que pudesse questionar
Quando eu fiquei tão ranzinza.
Quando eu fiquei tão idiota.
Quando eu fiquei tão fútil.
Quando eu fiquei tão superficial.
Quando eu fiquei tão gorda.
Quando eu fiquei tão triste.
Quando eu fiquei tão preguiçosa...
Eu procurei?
Não?
Bem, só sei que toda essa mudança está me assustando.
Eu já não durmo tão bem
Tenho insônias irritantes
E sonos pesados irritantes do mesmo tanto
Eu me afastei de pessoas importantes
E, infelizmente, não posso mais reaver isso.
Conheci pessoas fascinantes
E vejam só: estraguei tudo também.
Mas sabe lá Deus por que nem tudo está perdido.
Eu tô uma bosta
Antes era melhor, mas o passado não volta.
As únicas coisas que voltam são as lembranças
E o arrependimento por não ter feito coisas, não ter falado coisas.
Ou de ter feito e falado certas coisas...
A felicidade vicia.
É caminho sem volta.
Até o primeiro dia de 2008, blog.
Au revoir.
[queria citar caio, mas é tão díficil dizer algo dele, são tantas coisas!]
mas vai ser isso:
"Que seja doce."
Radiohead - Bones